O desfile nasce da herança de mulheres que ajudaram a moldar um imaginário vibrante de latinidade. Carmen Miranda e Carmen Costa abriram caminhos com seus palcos tropicais; Elza Soares transformou a voz em arma de futuro; Frida Kahlo projetou dor e desejo em imagens eternas. Selena Quintanilla, Shakira e Rosalía mantiveram essa chama viva no pop, enquanto Carmen Mayrink Veiga mostrou que sofisticação e identidade podem andar juntas. Cada uma, à sua maneira, provou que ser mulher latina é viver entre luta, invenção e reinvenção.

“É a primeira vez que mostro um lado mais íntimo meu, falando as coisas como as sinto, ainda mais numa semana de moda americana. Quero pertencer, mas sem perder a essência”, diz Patricia Bonaldi.
Na passarela, esse sentimento aparece em bordados, franjas que se movem como extensão do corpo e estampas que dividem espaço com modelagens inspiradas nos anos 1980. O maximalismo, aqui, ganha suavidade: volumes orgânicos, cores que vão dos tons terrosos às mais expansivas, tecidos como tule, tafetá, jersey, rendas bordadas e camadas translúcidas criam um jogo entre luz, sombra, proteção e revelação.
A flor de lótus, novo ícone da PatBo, simboliza o florescimento feminino e surge nos vestidos, aviamentos e até nos sapatos, apresentados como uma nova linha independente.

“Essa é minha coleção menos comercial e mais inspiracional. Quero ampliar o olhar da PatBo, abrindo espaço para experimentações”, explica Patricia.

Com styling de Leandro Porto, a estreia coloca a moda brasileira em evidência no palco internacional. Alma Latina é um manifesto de orgulho, pertencimento e persistência, onde a força feminina e o fazer manual se entrelaçam, bordando nossa história em cada detalhe.