Com mais de 500 mil seguidores, fotos em eventos concorridos e um feed recheado de looks estilosos que ostentam marcas como Supreme e Chanel, Miquela Sousa pode parecer só mais uma influencer poderosa entre tantos “@s” no Instagram, só que tem um detalhe: ela é um AVATAR virtual, só existe na internet!!!
Seu impacto, no entanto, é bem real: aos 19 anos a “garota” de origem brasileira e espanhola (hoje mora em Los Angeles) já emplacou seu single de estreia, Not Mine, em oitavo lugar no Spotify Viral em agosto de 2017!
https://www.instagram.com/p/Bcu9yoSl5JR/?hl=en&taken-by=lilmiquela
Não é a primeira vez que vemos isso na mídia – quem não se lembra da banda Gorillaz lá no final dos anos 90? Na moda, a cantora virtual Hatsune Miku (que tem parcerias com Lady Gaga e Pharrell) já vestiu looks exclusivos by Marc Jacobs e Riccardo Tisci (e com esse inclusive foi destaque na Vogue America)! Só que colocar esse recurso em prática em tempos em que não conseguimos passar 5 minutos sem checar as redes sociais acaba ganhando outra força, né?
Tanto que o Business of Fashion, um dos veículos mais respeitados do mercado, fez até uma entrevista com Miquela (sério!) – detalhe: ela não revela quem está por trás de sua persona!
Entre outros pontos, Miquela conta que nunca foi paga para usar uma tal roupa, mas disse que agora está começando a ganhar as coisas, além de trabalhar cada vez mais como modelo também – aguarde editoriais com peças da Moschino, Burberry, Versace e Fendi surgindo em breve. “Eu sempre tento trazer algo original para esses looks e tento fazer algo que essas revistas nunca viram antes”, disse.
Miquela acredita que seu sucesso vem primeiramente da curiosidade das pessoas, que depois vão aprendendo mais sobre si mesmas através dessa relação; ela também relata já ter perdido alguns fãs ao se posicionar sobre questões como o movimento Black Lives Matter e pelo direito dos transgêneros.
Seu discurso perfeitamente coerente com o mundo contemporâneo levanta a questão… Faz diferença para as marcas e veículos de mídia se Miquela foi gerada por computador quando ela tem o mesmo poder de influência sobre sua audiência quanto um “influencer real”? Será que vem aí uma completa revolução na atuação dos influencers?
Bom, por mais doideira – e Black Mirror feelings que seja – me alivia um pouco pensar que apesar de tudo (ainda) sempre tem que ter uma cabecinha humana pensante por trás desses projetos loucos…
- E vocês, o que acham? Comentem!