Comportamento

Empreendedorismo feminino: o que dizem as mulheres à frente de negócios?

5 minutos de leitura

Celebrado em 19 de novembro, o Dia do Empreendedorismo Feminino reforça a importância de dar visibilidade às histórias de mulheres que têm transformado seus setores, enfrentando desafios históricos enquanto constroem autonomia financeira, propósito e impacto social. Para entender como essas trajetórias se desenham na prática, ouvimos profissionais de diferentes áreas que compartilham suas vivências, obstáculos e conquistas ao empreender no Brasil.

Kalinny Nascimento, idealizadora do Kally Studio, salão especializado em mega hair

Kalinny Nascimento – Foto: Stephanie Traldi

Há quatro anos à frente do Kally Studio, Kalinny Nascimento construiu um negócio que hoje supera os 100m², reúne mais de dez profissionais e se tornou referência em mega hair, atendendo clientes de outros estados e até de outros países. Sua trajetória, no entanto, nasceu entre desafios, principalmente ao conciliar maternidade e o início da carreira solo.

Garotas Estúpidas: Qual foi o maior desafio que você enfrentou ao empreender sendo mulher?

Kalinny Nascimento: Com toda a certeza, foi a maternidade! Eu sempre quis ser mãe e essa foi a minha virada de chave, porque quando eu engravidei do Arthur, achava que eu ia trabalhar normalmente com ele na barriga, depois ia tirar minha licença maternidade, solicitar o seguro desemprego e receber as parcelas, porque desde essa época eu já tinha o MEI, mas o que eu não sabia era que a minha renda no salão onde eu trabalhava ia diminuir bastante porque haviam certos procedimentos que eu não conseguia mais executar como escovas progressivas e luzes, por exemplo, por causa do cheiro. A única coisa que eu conseguia fazer era o mega hair. Lembro que quando o meu filho tinha 15 dias de vida eu tinha uma noiva pra fazer e meu marido ficou no carro com ele enquanto eu trabalhava! Entre uma pausa e outra eu ia lá no carro dar de mamar e voltava!
Eu tive momentos muito difíceis, mas foi uma escolha minha e do meu marido participar ativamente do crescimento dele.

GE: Como você enxerga o papel das mulheres no futuro do empreendedorismo?

KN: As mulheres estão vindo para serem protagonistas dos seus negócios, protagonistas da sua liberdade financeira… durante muito tempo era um papel do homem ser o provedor e hoje em dia, essa inversão de papéis ficou cada vez mais comum. A maternidade faz com que muitas mulheres queiram passar mais tempo com seus filhos, não gastarem tanto tempo de deslocamento para ir e voltar do trabalho e, por isso, repensam o regime CLT e buscam empreender de alguma forma para que possam ser mais donas do seu tempo!

Viviane David, fundadora e diretora criativa da Marca de Biquini

Viviane David – Foto: Reprodução / Instagram

Há sete anos à frente da Marca de Biquini, Viviane David consolidou um negócio que transcende o beachwear tradicional. Sua marca se tornou um ambiente de acolhimento, troca e construção de autoestima, uma rede criada por mulheres e para mulheres. Ela destaca como a multiplicidade de papéis sociais ainda pesa, mas também como a visão feminina tem potencial para transformar o empreendedorismo.

Garotas Estúpidas: Que barreiras ainda precisam ser quebradas para que mais mulheres empreendam?

Viviane David: Ainda tentamos quebrar as barreiras estruturais, coisas básicas mesmo, que envolvem investimento, desigualdade de oportunidades e carga mental. Mas existem hoje muitos projetos e organizações que apoiam o trabalho de empreendedoras mulheres e isso já ajuda muito na criação dessa rede forte e representativa.

GE: Como equilibrar vida pessoal, carreira e empreendedorismo no dia a dia?

VD: Talvez seja aceitar que é muito difícil conquistar esse equilíbrio. Existem mulheres que conseguem criar uma rotina e incluir todos esses três pontos no seu dia, mas eu ainda não encontrei essa fórmula! Sigo aqui tentando honrar o meu tempo.

Nathalia Tolentino, dona da marca homônima de bolsas

Nathalia Tolentino – Foto: Divulgação

Há mais de 20 anos à frente da própria label, Nathalia Tolentino construiu um universo autoral que mistura memória, afeto e identidade, e que hoje se conecta profundamente com outras histórias além da dela. Em uma trajetória marcada por desafios internos, intuição e propósito, a empreendedora reflete sobre confiança, equilíbrio e o espaço que as mulheres seguem abrindo (e expandindo) no mercado.

Garotas Estúpidas: Como você enxerga o papel das mulheres no futuro do empreendedorismo?

Nathalia Tolentino: Vejo as mulheres ocupando cada vez mais lugares de criação e decisão, e isso me enche de esperança. Temos uma forma muito intuitiva e forte de enxergar o mundo. No futuro do empreendedorismo, acredito que essa mistura de sensibilidade e estratégia será cada vez mais valorizada e transformará negócios de dentro para fora.

GE: Que conquista profissional mais te orgulha nessa jornada?

NT: O que mais me orgulha é ter construído uma marca que carrega minha história e, ao mesmo tempo, se conecta de verdade com a história de outras pessoas. Ver clientes emocionadas ao receber uma peça e perceber que meu trabalho atravessa gerações me lembra todos os dias que escolhi o caminho certo. É uma conquista que não está apenas no resultado, mas no propósito por trás de tudo.

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