Não tem como negar: “Tudo é Justo” é a série do momento. Assinada por Ryan Murphy, a produção tem um elenco de peso, incluindo Kim Kardashian, Sarah Paulson, Glenn Close, Niecy Nash e Naomi Watts. Porém, apesar de promissora, nem tudo são flores.
Enxurrada de críticas
No Youtube, diversos criadores de conteúdo (alguns deles críticos de cinema) detonaram “Tudo é Justo”, dizendo até mesmo que a série é “impossível de assistir”. No Rotten Tomatoes, a aprovação dos críticos não chega a 10%, enquanto a aprovação do público está em 65%. É claro que, em entrevistas, o elenco foi questionado sobre isso e Kim Kardashian surpreendeu com a resposta.
“Eu respeito a opinião de todos e todos têm direito a isso, mas eu acredito que os novos críticos são, na verdade, tiktokers. São novos tempos e acredito que os espectadores mostram o que eles gostam, e isso meio que prova que uma crítica negativa aqui ou ali realmente não importa”, disse ela, em entrevista à Rolling Stone Brasil no tapete vermelho da divulgação da série, no Rio de Janeiro.
Quem manda é a internet?
É claro que a internet tem um grande peso no universo cultural, moldando o sucesso de muitas obras. Aqui, podemos citar alguns exemplos como “Barbie” e “Saltburn”, ambos filmes de 2023.
No primeiro caso, a divulgação do filme, somado com o hype da internet, fez o longa ser um sucesso de bilheteria. Já “Saltburn” acabou viralizando pelas cenas chocantes e “edits”, além de alguns memes: milhares de pessoas assistiram, mesmo que movidos apenas pela curiosidade.
Essa também não é a primeira vez que um filme ou série com avaliação ruim cai nas graças do público. É só olharmos para “Transformers” e “Velozes e Furiosos”: existe um grande público que gosta, mas os filmes não chegam a 30% de aprovação da crítica especializada.
O que isso quer dizer?
A voz do público e a voz dos críticos de cinema nem sempre são sincronizadas. Em “Tudo é Justo”, muitos especialistas dizem que o roteiro é superficial e a atuação de Kim deixa a desejar. Mas, para o espectador, essa pode ser uma série leve e perfeita para entreter. Isso porque o grande público, muitas vezes, assiste com outros olhos.
Além disso, várias produções são feitas pensando no público e não na crítica especializada, o que pode dividir opiniões.
É claro que desenvolver senso crítico ao assistir uma obra é importante para todos, mesmo quando estamos falando do espectador comum. Porém, de qualquer forma, é um senso crítico (muitas vezes) diferente dos profissionais da área, que analisam desde a fotografia e atuação até detalhes do roteiro.
Os tiktokers são mesmo os novos críticos?
É claro que a crítica tradicional de cinema continua existindo com o papel específico de fazer análises que exigem repertório e técnica. Só que não dá para dizer que a internet (inclusive o TikTok) não tem influência nesse meio.
As redes sociais podem agir como termômetro, criando desejo ou repulsa por uma obra. Fora isso, o público geral passa a ter voz, o que é importante.
De qualquer forma, em um ponto todos concordam: o viral não substitui a crítica. Ele pode, apenas, complementar o cenário.
