Nos últimos anos, a indústria da moda tem dado sinais de uma maior aceitação da diversidade corporal. Campanhas publicitárias com modelos de diferentes tamanhos, formas e etnias são extremamente importantes para garantir a representatividade do público, o que acaba endossando o sucesso de uma marca e reforçando que somos uma sociedade diversa e que os padrões são inalcançáveis e irreais.
Mas apesar desses avanços, a pressão por corpos perfeitos ainda persiste, muitas vezes de maneira mais sutil. O assunto voltou a tomar conta das redes sociais após a popularização do Ozempic, remédio originalmente designado para pacientes com diabete tipo 2, que tem como efeito colateral o emagrecimento.
Em Nova York, vemos cartazes enormes com a propaganda do remédio “Uma dose semanal para perder peso”. Segundo uma pesquisa do “Wall Street Journal”, o uso desenfreado do remédio está refletindo no comportamento de consumo das pessoas: a venda de tamanhos menores agora é a maior dos últimos 15 anos. Além disso, também houve aumento de consumo de roupas mais justas, que valorizam as curvas do corpo – seria isso tendência de moda ou reflexo do emagrecimento?
Na Semana de Moda de Berlim, a marca Namilia chamou a atenção para essa discussão em seu desfile. Uma coleção inspirada pela cultura das celebridades trouxe a regata escrita “I love Ozempic”, criticando a banalização do medicamento.
É importante lembrar que em certos casos, o remédio é indicado pelos médicos por ter um resultado efetivo e rápido. Porém, o que nos preocupa é o grande número de pessoas que estão fazendo o uso do medicamento somente pela questão estética, sem acompanhamento médico. Também vale lembrar que todo medicamento pode apresentar efeitos colaterais e que somente um profissional da área da saúde é capacitado para te avaliar e orientar que caminhos seguir.
E você, também se preocupa com os efeitos a longo prazo desse comportamento?