Na manhã desta terça-feira (19/2), o mundo da moda amanheceu triste com a morte do estilista alemão Karl Lagerfeld, aos 85 anos, em Paris. Diretor criativo de marcas como Chanel (grife que comandou por quase 36 anos), Fendi e a grife homônima Karl Lagerfeld, o kaiser já vinha dando indícios de que andava doente…
No dia 22 de janeiro, último desfile da Chanel, na semana de alta costura, em Paris, ele não compareceu para os aplausos finais, pela primeira vez em sua carreira. Na ocasião, a marca anunciou que ele não se sentia bem e estava cansado. Em seu lugar, Virginie Viard, diretora de estúdio e braço direito de Karl desde 1987, surgiu para se despedir da plateia. É Virgínie, inclusive, que vai assumir o posto de diretora criativa da Chanel, numa clara alusão da label à continuidade do legado de Lagerfeld.
E, pra prestar uma homenagem em grande estilo a um dos maiores ícones da moda do século 20 e 21, selecionamos os melhores momentos e curiosidades do kaiser ao longo dos anos. #RIPKarlLagerfeld
1 – Qual era a idade real de Karl?
Sempre muito misterioso, Karl fazia questão de manter algumas informações sobre sua vida em sigilo, como por exemplo sua idade!Durante muitos anos, ele dizia ter nascido em 1938. Depois, passou a dizer que nasceu em 1933. A última atualização dele foi em 2013, quando garantiu ter nascido em 1935.
Mas, afinal, qual será a informação verdadeira? Kkk Os registros mais concretos dão conta que ele nasceu mesmo em 1933.
2 – O início, na Balmain
Seu primeiro job na moda já foi numa grande marca, a Balmain, onde trabalhou por três anos, depois de vencer um concurso de design, na categoria “casacos”. Pierre Balmain o contratou em 1955. Ao lado, um dos poucos registros de sua época na empresa.
3 – Karl foi vaiado ao apresentar sua primeira coleção
Ao sair da Balmain, Karl foi trabalhar na grife Jean Patou, onde ficou por cinco anos. Foi lá que apresentou suas primeiras coleções de alta costura. Em julho de 1958, no entanto, quando apresentou sua primeira coleção, usou o pseudônimo de Roland Karl e chegou a ser vaiado e receber críticas negativas.
Quando entrou como freelancer na Chloé, pela primeira vez, ele desenhou peças a cada estação. Seu primeiro destaque foi em 1973, com uma coleção mais fluida e pequenas inspirações (acredite) em Carmem Miranda! E na Chloé ficou por mais de 20 anos.
Também comandava a Fendi desde 1965. E, quando a marca estreou na semana de moda de Paris, em 2015, Karl entrou para a história como o primeiro estilista a comandar dois desfiles de alta-costura na mesma temporada.
4 – Entrou na Chanel num momento de crise da marca
Em 1983, Karl foi convidado a revitalizar a grife, que andava meio caída. A ideia, desde o início, era resgatar o estilo da fundadora, Coco Chanel, que morreu em 1971. E, num case incrível de branding, ele foi fiel a esse propósito até o fim: ao longo dos anos, conseguiu criar desejo pelas peças icônicas da label francesa, mantendo as características da marca, mas sempre buscando inovar. As peças clássicas, como os pretinhos básicos, o tailler, sapatos bicolores, a camélia e o colar de pérolas sempre apareciam nas coleções, mas de maneira diferente.
Ele também ficou responsável por desenvolver a linha de fragrâncias, que foram um completo sucesso!
5 – Ah, os desfiles grandiosos!
Depois da revitalização da marca, a Chanel começou a apostar em desfiles de meia temporada incrivelmente gigantes! Karl criava um verdadeiro mundo paralelo dentro do Grand Palais, para apresentar suas coleções. Um mercado, uma base da NASA, um porto, um jardim vitoriano… Cada temporada, a gente esperava pra saber a que mundo o kaiser iria nos levar…
6 – A bolsa Hula Hoop
Durante sua passagem pela Chanel, algumas de suas criações foram icônicas, como a bolsa Hula Hoop (a bolsa-bambolê). Desfilada na coleção Primavera 2013 da Chanel, a peça gigante gerou polêmica até entre os mais fashionistas. Karl chegou a defender que ela era uma ótima opção para praia e que seu formato permitia, inclusive, apoiar a toalha na praia… kkkk
Logo depois, porém, a grife passou a vender a versão míni da Hula Hoop, por £ 1.500. Claro que a intenção do “formato conceito giga” era mostrar a forma inovadora e criativa da bolsa.
7 – Collabs de sucesso!
Karl Lagerfeld levou as collabs com marcas de fast-fashion a outro patamar. E seu sucesso neste campo também incentivou outras grifes de luxo a flertar com a massa, em coleções-cápsula desejo.
As coleções de Karl com marcas como Diesel, H&M, Melissa e Riachuelo tinham o costume de esgotar todas as peças em questão de dias.
8 – Ele era um exímio fotógrafo
Outra paixão de Karl era a fotografia. Em 1987, ele fez fotos para um press kit da Chanel (material destinado à imprensa) e não parou mais! Em 1998, abriu a Lagerfeld Gallery, dedicada à fotografia.
Em 2015, reuniu vários trabalhos e lançou a exposição A Visual Journey, na Pinacothèque de Paris. Em 2010, fotografou em Buenos Aires para a Chanel.
Depois, a mostra The Litttle Black Jacket reuniu 113 fotos tiradas por Karl de personalidades como Olivier Theyskens, Anna Wintour, Yoko Ono e Uma Thurman. A expo foi um sucesso! Passou por Tóquio, NY, Taipei, Hong Kong, Londres, Moscou, Paris e Milão.
Ele também fotografou a capa de algumas das revistas de moda mais relevantes do mundo. Uma de suas participações mais icônicas como fotógrafo foi para a Vogue Brasil, quando clicou sua gatinha, a famosa Choupette, no colo de Gisele Bündchen pra capa de dezembro de 2014.
Acho que só podemos agradecer por tantos feitos pela moda, né? Descanse em paz, Karl!